Valeu muito a pena assistir Hedwig!
O musical, em cartaz no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, Rio, é realmente espetacular. São 80 minutos de muita música, muita informação visual e de trechos de uma comédia debochada. O elenco são três atores/cantores e uma afiadíssima banda de rock. Paulo Vilhena, figura conhecida da televisão, se despe dos personagens malandrinhos e dá vida um Hedwig sarcástico, rápido no gatilho e afinado ao cantar duas músicas. Eline Porto, que se desdobra em papéis masculinos e femininos, surpreende com uma voz realmente especial. E Pierre Baitelli, na pele de Hedwig, é um arraso. O cara canta muito! Sinceramente achei que era vocalista de uma banda de rock. Mantém o fôlego durante os 80 minutos de apresentação sem desafinar nenhuma vez, e dá vida a dois personagens com muita propriedade.
Viver o papel de Hedwig não é simples. O cara quer fugir da Alemanha Oriental pré-reunificação e topa se casar com um americano. Mas precisa trocar de sexo. Se submete a uma cirurgia, mas a operação é malsucedida e sobra Um Centímetro Enfurecido em sua anatomia. O enredo atípico ganhou uma montagem caprichadíssima, dirigida e adaptada por Evandro Mesquita.
Indico sem ressalvas.
